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Editorial – 05.03.2021

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Como vocês perceberam, eu tenho aqui nos últimos dias, nesse espaço editorial, além de comentar algum fato mais relevante do nosso cenário político, e infelizmente denúncias a esse governo genocida e a tudo que o cerca não faltam, eu faço questão de ler bons artigos de alguns dos nossos colaboradores como forma, não só de prestigiá-los, mas também de levar a vocês ouvintes análises bem fundamentadas, algo que está no DNA do Faixa Livre desde a sua fundação.

 

E hoje eu quero levar a vocês um texto escrito pelo jornalista Milton Temer nas suas redes sociais, onde ele analisa a gestão do ex-capitão, sua base de apoio cada dia mais fracionada e a atuação da esquerda. O título do artigo do Milton é “A assustadora aprovação da barbárie”:

 

Não sei a quem recorrer. Se a Marx com o seu “Religião, ópio do povo”, ou se ao utópico e herético Owens, quando coloca a religião, como uma das três causas de infortúnio das sociedades, ao lado da propriedade privada e do matrimônio. Porque é entre os pentecostais, mas também entre carolas católicos, que, a despeito de todo o clima de desalento e desespero ora nos assolando, que está a principal base de expressivo apoio social a Bolsonaro segundo esta última pesquisa.

 

É fato que com a interrupção do benefício emergencial, os índices caíram um pouco. Mas a verdade é que entre “ótimo” e “bom”, mais o “bom envergonhado contido no terço de “regular”, estamos diante de índices aterrorizadores. É ainda muito grande o peso dos que não se afastaram do mito “contra tudo que está aí”, mesmo ele se atolando nos braços do que há de mais sórdido e corrompido na política institucional. O que me remete a uma reflexão do saudoso Berlinguer, líder do melhor Partido Comunista Italiano, lá nos anos 70: ”Há momentos da História em que parece estarmos metidos em uma manada que corre para o precipício, sem poder sair do seu meio”.

 

Mas não vale atolar no pessimismo. Quem vem de outras paradas duras sabe que a esquerda está habituada a ralar no áspero. E que consegue, mesmo com recuos por decepções com os que conciliam, ao invés de confrontar, na ‘hora da onça beber água’, dar a volta por cima e retomar seu rumo de luta constante.

 

Este tsunami sanitário e sociopolítico vai passar. O próprio PSOL, com suas limitações, já deu provas disso nas recentes eleições municipais, tanto com a conquista da prefeitura de Belém do Pará, com Edmilson Rodrigues, quanto com a imponente campanha, e votação, de Guilherme Boulos em São Paulo. E não estamos diante de um único vetor em ação.

 

Movimentos Sociais e segmentos combativos na esquerda de partidos progressistas também têm encontrado formas de exercer a formação política e a mobilização de militância, em reuniões virtuais enquanto a volta às ruas não chegar.

 

Já não vivemos, a despeito do que ainda resta de expressivo para Bolsonaro, o clima de 2018 em que a vaga lavajatista invadia, sem contrapartida, redações e lares. O general Villas Bôas, que os petistas levaram ao comando da Força por sugestão de Jaques Wagner, já não canta de galo sem contestação do galinheiro. Pelo contrário. Entrou na muda depois das revelações de organização do golpe de 2016 e das manobras que levaram Bolsonaro ao Planalto foram repelidas ao invés de aclamadas, como ele certamente esperava.

 

E é assim que precisamos manter a toada. Com lutas imediatas onde se denuncia a barbaridade incessante do governo miliciano-militar, exigindo vacina para todos, e urgentemente, com o retorno do auxílio financeiro até que a normalidade se restabeleça, sem as condicionantes neoliberais, privatistas e antissociais, que Paulo Guedes e seus acólitos tentam impor.

 

Fundamental é sobreviver, que 2022 é logo ali

 

P.S.: que se tenha claro. Tão nefasta, e mais grave porque consciente, é a sabujice da alta burguesia. Principalmente de seus mais expressivos representantes orgânicos na grande finança, que parecem, em sua ignorância histórica, não se dar conta de que terminarão com o ônus dessa corruptela de bonapartismo”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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