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A relação entre alguns representantes do grande capital no Governo Federal, que sofreu um abalo na última semana, parece, aos poucos, voltar ao normal. O mal-estar foi provocado pela intenção do presidente Jair Bolsonaro em implementar a todo o custo o programa Renda Cidadã, que vai substituir o Bolsa Família e vem para atender aos anseios do ex-capitão do Exército em viabilizar sua reeleição em 2022. O problema é que falta dinheiro no orçamento e isso fez com que se abrisse uma verdadeira guerra entre algumas figuras do Executivo e do Legislativo.
O presidente da República chegou a sugerir romper com o teto de gastos, que limita os investimentos públicos no país, e recebeu um aceno positivo do ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho. O problema foi justamente Paulo Guedes. Como ultraliberal que é, o titular da Pasta da Economia condenou essa possibilidade e defendeu a rigidez no controle dos dispêndios da União, classificando a hipótese de desconsiderar a Emenda Constitucional 95 como irresponsabilidade e uma medida para ganhar eleições.
Pois bem, ontem Jair Bolsonaro reuniu o presidente da Câmara Rodrigo Maia, que também teve seus atritos com Paulo Guedes, e o próprio Rogério Marinho, além do relator da chamada PEC Emergencial no Congresso, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) para um café da manhã no Palácio da Alvorada com a intenção de aparar arestas. O deputado defendeu mais uma vez essa excrescência que é o teto de gastos e disse que a prioridade é resolver a situação fiscal do país. Só assim, segundo o parlamentar, seria possível encontrar uma solução para se conseguir recursos ao Renda Cidadã.
Maia se reuniu também com o ministro da Economia na noite de ontem, em um jantar articulado pelo interminável senador Renan Calheiros (MDB-AL), sempre envolvido nos debates mais rasteiros da República, para encerrar o que o presidente da Câmara chamou de ‘cotoveladas’ com Guedes e ajustar uma proposta que venha a contemplar os interesses tanto do capital hegemônico, como os do ex-capitão do Exército.
Está muito claro que eles vão se entender, o objetivo desse pessoal é um só: concentrar cada vez mais o dinheiro do nosso país nas mãos de poucos privilegiados, retirando ou remanejando verbas de onde for preciso. Para que Bolsonaro siga sendo o representante desses interesses naquele tal do “grande acordo nacional com o Supremo, com tudo”, já verbalizado, ainda que em outras circunstâncias, no diálogo clássico entre Romero Jucá e Sérgio Machado, não há a menor dúvida de que o governo vai propor, com aval do Congresso, tirar dinheiro da saúde, da educação, de qualquer tipo de política pública que defenda o trabalhador brasileiro assalariado, como já foi feito em uma série de outras ocasiões.
Cabe a nós aqui no Faixa Livre continuar na denúncia de todos esses episódios, cobrando da oposição uma atuação firme para que o povo brasileiro não siga à mercê desses que há décadas entregam nossas riquezas e ampliam cada vez mais a base da pirâmide social no nosso país.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: