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Editorial – 06.11.2020

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O projeto conservador e autoritário de Jair Bolsonaro segue seu rumo a cada ação protagonizada pelo presidente da República, e a educação talvez seja o setor em que isso se materializa de maneira mais evidente. O chefe do Executivo, aproveitando-se de sua prerrogativa legal, nomeou para comandar a Reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) a chapa “Orgulho de ser UFPB” encabeçada por Valiney Veloso Gama, e que tem como vice-reitora Liana Filgueira Albuquerque.

 

Tudo estaria bem se a chapa não tivesse terminado a consulta eleitoral na comunidade acadêmica da universidade com uma votação inexpressiva, em último lugar. Para vocês terem uma ideia, no Conselho Universitário, o Consuni, os escolhidos pelo presidente da República não receberam voto algum. Essa chapa entrou na lista tríplice apenas por conta de uma ação judicial concedida através de decisão liminar.

 

A chapa vencedora foi formada pelas professoras Terezinha Domiciano Dantas Martins e Mônica Nóbrega, denominada “Inovação com inclusão”, com 964,518 na soma total ponderada e normalizada na consulta online. Esse número representa quase 10 vezes a pontuação da chapa que foi escolhida por Jair Bolsonaro para a reitoria da Universidade Federal da Paraíba. Em segundo lugar, ficou a chapa encabeçada pelos professores Isac Almeida de Medeiros e Regina Celi Mendes Pereira da Silva, com a soma de 920,013.

 

Esse tipo de nomeação arbitrária para reitorias de universidades federais acontece pela 7ª vez na gestão Bolsonaro. Desde os governos de Lula, o costume era se indicar o primeiro colocado na lista tríplice encaminhada pelas instituições. Fica claro que esta é mais uma manobra do ex-capitão do Exército para intervir na autonomia das universidades e colocar nos cargos chave apoiadores do seu projeto de poder.

 

Um governo que tenta perpetuar seu ideário com medidas autoritárias como essa, intervindo na liberdade de escolha da comunidade acadêmica precisa ser punido nas urnas. Isso se o Tribunal Superior Eleitoral não antes cassar a chapa Bolsonaro-Mourão pelos crimes cometidos nas eleições dois anos atrás, naqueles disparos em massa de mensagens falsas impulsionadas com dinheiro de empresas. O ministro Luís Felipe Salomão liberou a ação para julgamento e agora cabe ao presidente do TSE Luís Roberto Barroso marcar a data da análise pelo plenário da Corte.

 

Seguiremos atentos na cobrança para que todos os malfeitos do bolsonarismo cessem e o Brasil possa ter um governo que defenda de verdade os interesses da grande maioria da sua população.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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