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Muito se falou nos últimos dias, especialmente após o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos, que confirmaram a vitória de Joe Biden e a saída de Donald Trump da Casa Branca, sobre a possibilidade de uma chapa para a sucessão de Jair Bolsonaro em 2022 que contaria com o ex-juiz Sergio Moro e o apresentador da TV Globo Luciano Huck.
Ambos teriam se encontrado no último dia 30, no apartamento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, em Curitiba, para dialogar a respeito de uma eventual candidatura conjunta. A conversa entre eles, como não poderia deixar de ser, foi muito mal recebida em Brasília. O justiceiro da operação Lava Jato tem uma péssima avaliação da maioria da classe política, especialmente depois de ter deixado o governo de Jair Bolsonaro atirando para cima do presidente naquela tentativa de interferência do ex-capitão do Exército na Polícia Federal.
Muitos já consideram Moro carta fora do baralho. Já o liberal apresentador de TV, que sinalizou até para a centro-esquerda ao aventar a possibilidade de coligação com o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) para o próximo pleito presidencial, segue na tentativa de encontrar um porto seguro que lhe dê condições de entrar no jogo político diretamente no cargo máximo da República.
O próprio Dino condenou o encontro entre Huck e Moro, dizendo que o global “explode pontes” ao se aproximar do ex-juiz. É de doer um representante do histórico PCdoB como Flávio Dino cogitar se aliar a uma figura como Luciano Huck, que passou a ter como obrigação nos últimos tempos apagar fotos suas nas redes sociais onde ele aparecia ao lado de figuras da política enroladas com a Justiça, como Aécio Neves e o senador Chico Rodrigues, flagrado pela Polícia Federal com mais de R$ 30 mil na cueca.
Enquanto o capital hegemônico segue buscando uma figura viável politicamente para as eleições presidenciais, a esquerda continua em seu calvário, sem um candidato que se coloque como opção ao bolsonarismo, que teve um importante baque após o revés de Trump nos Estados Unidos. Eu digo isso porque não dá para considerar Lula e Ciro Gomes como opções genuinamente progressistas. Ambos já provaram em diversas ocasiões que o comprometimento com os setores mais abastados do nosso país é algo mais que estabelecido. Pobre Brasil.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: