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O que cabe ao líder máximo de um país quando a maior pandemia da história moderna alcança a marca de 10 mil vítimas fatais? Uma mensagem em deferência em rede nacional às famílias que perderam seus entes queridos, a decretação de luto oficial em todo território nacional, o anúncio de medidas ainda mais severas para conter o avanço da doença? O presidente do Brasil preferiu tirar o dia para andar de jet ski, em Brasília.
Antes disso, ele havia avisado que faria um churrasco no Palácio da Alvorada, algo que desmentiu posteriormente com direito a mais ofensas a jornalistas. Que Jair Bolsonaro nunca foi afeito ao respeito pelo próximo todos nós já sabemos. A grade questão é que agora ele chefia o Executivo federal, é o representante de todos os brasileiros. Tem o dever de zelar pelo bem-estar da população do país e se solidarizar à dor daqueles que não puderam mais contar com o carinho dos seus filhos no dia das mães.
O caráter genocida e cruel de Bolsonaro impressiona até mesmo um dos políticos que já têm histórico de malfeitos ao Brasil. O ex-presidente Fernando Collor de Melo, que curiosamente era apreciador das lanchas aquáticas, ironizou o vídeo onde Bolsonaro aparece em seu dia de lazer com a frase: “se continuar assim, vai afundar”.
O naufrágio do bolsonarismo é algo que parece iminente. Nesta segunda-feira, o ex-diretor da Polícia Federal e pivô das denúncias do ex-ministro Sergio Moro, Maurício Valeixo, presta depoimento no inquérito que investiga a tentativa de interferência de Bolsonaro na PF. Amanhã é a vez dos ministros da ala militar Luiz Eduardo Ramos, Augusto Heleno e Braga Netto. O vídeo da tal reunião ministerial onde o presidente teria tentado coagir Moro já está nas mãos de Celso de Melo, depois, aliás, de muita resistência da Advocacia Geral da União em entregá-lo.
Por falar nesse depoimento dos ministros militares, o general Augusto Heleno mais uma vez deu demonstração de autoritarismo ao responder com uma ameaça à provocação de um internauta em relação à manifestação de Celso de Melo, que afirmou que caso ele, Ramos e Braga Netto se recusassem a prestar depoimento espontaneamente, teriam de ir ‘debaixo de vara’, em referência a uma expressão usada na época do Império.
O titular do Gabinete de Segurança Institucional afirmou que ‘tudo tem sua hora’. A tentativa de intimidação imposta pelos bolsonaristas já ultrapassou todos os limites. Passou da hora de as instituições atuarem de maneira exemplar para evitar que o país não perca o rumo da democracia como deseja o presidente da República.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: