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Editorial – 12.01.2021

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Essa notícia do programa de demissão voluntária no Banco do Brasil visando dispensar cerca de 5 mil funcionários é mais uma tragédia que estava colocada nessa intenção do Governo Federal em desmontar o banco. Nós vamos debater muito isso aqui no programa, mas eu queria me dedicar nesse espaço editorial a repercutir esse absurdo que é a abertura de investigações policiais a mando do ministro da Justiça e Segurança Pública André Mendonça contra os jornalistas Ruy Castro e Ricardo Noblat.

 

A Ordem dos Advogados do Brasil publicou uma nota em que repudia mais essa tentativa da gestão Bolsonaro de criminalizar a liberdade de imprensa e o jornalista Rogério Marques, membro da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), escreveu um artigo falando a respeito de mais esse episódio inaceitável. Eu faço questão de passar à leitura do texto do Rogério intitulado “Defensor da tortura é pessoa desumana”. Ele diz:

 

O ministro da Justiça, André Mendonça, disse que vai pedir abertura de inquérito policial contra os jornalistas Ruy Castro e Ricardo Noblat. O primeiro publicou um texto na Folha de S. Paulo dizendo, com ironia, que Trump deveria se matar e Bolsonaro, que tem o presidente dos Estados Unidos com exemplo, deveria imitá-lo também neste caso. Noblat reproduziu o texto em seu blog na Veja.

 

Vem então o ministro ameaçar os jornalistas com inquéritos e dizer que isso é “um desrespeito à pessoa humana”.

 

Assim André Mendonça se refere àquela mesma pessoa que, como deputado federal, foi à televisão defender a tortura — “eu sou a favor da tortura” — e o extermínio de “pelo menos 30 mil pessoas, ainda que morram inocentes”.

 

Usei aspas porque foi isso que o então deputado federal Jair Messias Bolsonaro declarou em 1999 no programa Câmera Aberta, da TV Bandeirantes. Nunca vou deixar de lembrar aquelas declarações repugnantes.

 

Na mesma ocasião ele defendeu também o assassinato do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Isso mesmo, está gravado.

 

É inacreditável que Bolsonaro não tenha tido o mandato cassado naquela ocasião. A tortura é um crime abjeto, condenado em todos os tratados internacionais.

 

Nem mesmo os ditadores do regime militar brasileiro admitiam em público a existência da tortura. Ao contrário, negavam categoricamente. Mandavam prender e torturar quem dissesse o contrário.

 

O Artigo 5* da Constituição Brasileira é claro: “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.”

 

Já presidente, em março do ano passado, quando o número de mortos na pandemia do novo coronavírus beirava 5 mil, Bolsonaro declarou:

 

‘Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra, não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia’.

 

Hoje, o Brasil ultrapassa os 200 mil mortos por Covid-19, grande parte por culpa de Bolsonaro, que sempre deu o mau exemplo ao não usar máscaras, ao participar de aglomerações, ao menosprezar a ciência.

 

E vem o ministro da Justiça André Mendonça falar em “pessoa humana”, ao citar o defensor declarado da tortura e do extermínio. E ameaçar jornalistas com inquéritos policiais, em vez de deixar que sejam avaliados por seus leitores pelas suas opiniões.

 

Pessoa desumana, isso sim, ministro, é o que sempre se revelou Jair Messias Bolsonaro. Pessoa responsável por crimes que um dia talvez ainda venham a ser julgados”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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