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Como era de se esperar, a crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus começou a bater à porta da população do país. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Locomotiva, mais da metade dos brasileiros sentiram os efeitos da queda de renda das famílias.
E se engana quem pensa que apenas as pessoas consideradas mais vulneráveis sofrem com as perdas nesse período. Dos que já sentiram os impactos na renda familiar, 52% têm 50 anos ou mais, 48% possuem ensino superior e 38% moram na região Sudeste. Mulheres e nordestinos estão também entre os que mais sentiram esses efeitos.
Além disso, segundo esse levantamento, 16% dos trabalhadores foram dispensados temporariamente e 57% afirmaram que suas empresas ou negócios não estão funcionando durante a quarentena. O índice dos que continuam trabalhando normalmente é de 37% e 47% declararam estar trabalhando em casa.
Conforme outro dado levantado pela pesquisa, a maioria dos entrevistados declarou que as perspectivas para o futuro são ruins: 88% estão preocupados em perder o emprego, mesmo percentual daqueles que acreditam que a crise gerada pela pandemia deve afetar a renda familiar.
A pesquisa ouviu, por telefone, 935 pessoas com 16 anos ou mais em 72 cidades. Esses dados divulgados pelo Instituto Locomotiva reforçam a tese de que o Governo Federal vem adotando medidas insuficientes e fora do tempo para atender as necessidades prementes da população. A maioria absoluta daqueles que se inscreveram para receber o auxílio emergencial de R$ 600 por três meses na semana passada ainda não viu a cor do dinheiro.
O argumento do presidente Bolsonaro de que é necessário se interromper o isolamento social para a retomada da atividade econômica, aliás, foi rebatido mais uma vez pelo ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo. Ele ressaltou a necessidade de se estabelecer um discurso único no governo e demonstrou preocupação com as atitudes do chefe do Executivo, que constantemente ignora as recomendações das autoridades de saúde ao circular pelas ruas de Brasília cumprimentando apoiadores.
O titular da pasta da Saúde ganhou o apoio do presidente da Câmara Rodrigo Maia nesse episódio. Aliás, o parlamento ainda segue no impasse sobre a aprovação de um plano de auxílio a estados e municípios que perderam arrecadação por conta da crise da Covid-19. O Palácio do Planalto tem tentado evitar de todas as formas o alto custo que a medida terá aos cofres públicos, especialmente por conta das brigas de Bolsonaro com os governadores. Nós esperamos que os governantes entendam que por trás dessa disputa política está a vida de milhões de brasileiros.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: