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Editorial – 15.08.2019

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Na segunda-feira, foram mais de duas mil pessoas que deram início à jornada de manifestações em Brasília, com a realização da Marcha das Mulheres indígenas. Na terça-feira, milhares de outras mulheres indígenas se juntaram às manifestações que exigiam o fim do corte de verbas da educação e o repúdio aos ataques contra a seguridade social no país com essa malfadada chamada contrarreforma da previdência, e ontem, uma multidão foi novamente à Esplanada dos Ministérios para realizar a Marcha das Margaridas.

 

Isso mostra muito bem que o povo está nas ruas e, principalmente, são as mulheres que exigem uma nova ordem, uma ordem onde não somente seus direitos sejam respeitados, mas o direito do povo brasileiro. Ontem bandeiras importantíssimas, históricas do povo brasileiro foram levantadas como, por exemplo, a reforma agrária, algo que, para muitos, está afastado. Mais do que nunca, precisamos de uma mudança total na nossa estrutura agrária e na nossa política agrícola.

 

Não podemos colocar o nosso campo meramente a serviço da produção de superávits comerciais a qualquer custo, e principalmente, em nome de um processo dito de desenvolvimento econômico que, convenhamos, só beneficia os mais ricos. Ontem mesmo a Fundação Getúlio Vargas voltou a divulgar um dos seus estudos onde aponta que, nesses últimos anos de recessão produzida pelo receituário liberal, os mais pobres perderam muita renda, ao passo que os super ricos aumentaram sua participação na renda brasileira, fazendo com que sua riqueza seja cada vez mais forte.

 

Por isso, temos o país mais injusto do mundo frente evidentemente às nossas enormes facilidades para construir um país diferente, que justamente respeite as mulheres e os nossos trabalhadores. A Marcha das Margaridas ontem deixou claro esse recado principalmente a esse governo Bolsonaro, que novamente insiste em insultar os adversários e a faltar com respeito inclusive com nossos vizinhos, como vimos atacando o povo argentino por suas escolhas absolutamente responsáveis frente à tragédia que o projeto liberal sobre a condução de Macri naquele país está produzindo.

 

Por isso, nós queremos aqui saudar a todos aqueles que fizeram ontem uma manifestação histórica em Brasília e mostraram muito bem a capacidade de luta do povo brasileiro, especialmente das mulheres. Queremos que essa Marcha das Margaridas seja, na verdade, o despertar de uma ampla consciência e organização do nosso país, que possa fazer com que a gente derrote definitivamente o plano dos beirais, o plano de concentrar ainda mais renda e riqueza sempre em nome de um suposto desenvolvimento que nunca chega à grande maioria do povo brasileiro. Esse é o grande recado da Marcha das Margaridas de ontem, lá em Brasília.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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