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Editorial – 16.08.2019

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Nosso programa de hoje, podemos dizer, vai se voltar para o debate, a discussão da violência do Estado contra os cidadãos porque, em primeiro lugar, vamos abordar essa polêmica que está instalada inclusive na base bolsonarista com relação ao projeto contra o chamado abuso de autoridade. Evidentemente as autoridades representam o Estado, e quando se pensa em um projeto dessa natureza, é para justamente inibir a violência que vem sendo perpetrada muitas vezes por autoridades, mesmo quando declaram estar a favor do combate à criminalidade.

 

No plano das autoridades, esse projeto está exposto hoje como uma tentativa de ser inibir as operações anticorrupção no país, principalmente a Lava Jato. O problema é que existe a necessidade de determinados ajustes, mas, convenhamos, o país avançou nessa história do combate à corrupção por um conjunto de iniciativas que foram tomadas, curiosamente pelo governo que apresentava pelos bolsonaristas, pela turma da Lava Jato, pela mídia dominante, pelo governo que teria sido o mais corrupto da História, os governos do PT.

 

Evidentemente isso é um exagero, até porque foram esses governos que introduziram uma série de mudanças legais, legislativas, a própria lei que prevê as delações premiadas é uma criação dos governos do PT. Mais do que isso, foram esses governos que conferiram autonomia à Polícia Federal e ao Ministério Público, coisa que, por exemplo, inexistia no tempo das criminosas privatizações que foram feitas ao longo dos anos 1990 e estão voltando com toda força agora com base, evidentemente, em muita pressão do dinheiro dos bastidores, essa que é a grande questão.

 

Portanto, se queremos aprimorar o combate à corrupção, é necessário que a gente observe principalmente essa legislação que foi construída e essas medidas administrativas que foram adotadas pelos governos do PT nesses últimos anos, porque parece que isso acabou, por outro lado, concedendo uma série de liberdades que foram absolutamente contempladas em termos de um certo aceite por parte das instâncias superiores do próprio Poder Judiciário. O Poder Judiciário evidentemente poderia ter inibido aquele show de conduções coercitivas que a turma de Curitiba andou fazendo na execução da chamada operação Lava Jato, muitos abusos foram cometidos.

 

Agora, por outro lado, deve se reconhecer que é necessário rigor para o combate à corrupção quando vem de altos escalões, quando são grandes corporações que promovem esse tipo de deformação, essa corrupção. Muito pior do que isso, evidentemente, é a violência do Estado que parte atualmente aqui no Rio de Janeiro do governo do estado. Está em curso uma verdadeira carnificina. O número de jovens inocentes que foram assassinados nesses últimos dias é para envergonhar qualquer nação civilizada, mas aqui não, o governador continua a afirmar que continuará na sua batida insana e, principalmente, injusta a pretexto do combate à criminalidade.

 

Esse será o tema especial do debate que sempre realizamos aqui na sexta-feira. O que queremos é jogar luz sobre uma situação que acaba por expor a população mais pobre que cada vez mais não só padece de muitas dificuldades para a sua sobrevivência no dia-a-dia, estamos vivendo talvez o pior ciclo da história econômica brasileira em termos de recessão, estagnação.

 

Isso se reflete inclusive nos indicadores a respeito da distribuição de renda, e por aí vai. O drama é gigantesco e, além disso, agora temos uma polícia que é autorizada a matar por parte do governador do estado. Aliás, se esse projeto de abuso de autoridade pegar, é evidente que o senhor Bolsonaro e o senhor Witzel deverão ser atingidos pelo mesmo. Por isso queremos esclarecer essas posições, observar o que pode ser excessivo, mas principalmente atentar para a verdadeira violência que está em curso no país, a violência por parte das autoridades, do Estado e, especialmente, contra a população pobre.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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