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O descontentamento do presidente Jair Bolsonaro com a equipe econômica do governo só faz crescer a cada dia que passa. Na última terça-feira, o ex-capitão do Exército se irritou com a notícia de que os técnicos do Ministério da Economia sugeriram o congelamento por dois anos de aposentadorias e pensões para que se abrisse espaço no orçamento ao financiamento do programa Renda Brasil.
O chefe do Executivo mostrou surpresa ao ler as notícias dos jornais que aventavam esta hipótese, negou peremptoriamente a possibilidade de barrar reajustes para aposentados e pensionistas e surpreendeu ao anunciar que o plano assistencialista que substituiria o Bolsa Família está suspenso até o fim do seu mandato, em 2022, dizendo que está proibido se falar no assunto.
Usando uma de suas metáforas futebolísticas, Bolsonaro ameaçou dar “cartão vermelho” para quem apresentasse a proposta. Prontamente o ministro Paulo Guedes, que passa por um processo continuado de fritura no Palácio do Planalto, tratou de negar que este seria um recado direcionado a ele. Para que o governo conseguisse implementar o Renda Brasil, seriam necessários cerca de R$ 20 bilhões além do que já é despendido para o pagamento do Bolsa Família.
A grande verdade é que o governo vem tendo enormes dificuldades em coordenar os anseios eleitorais de Jair Bolsonaro para 2022 e os planos ultraliberais liderados pelo Posto Ipiranga do presidente. Enquanto o ex-capitão do Exército sonha com a reeleição, nosso parque industrial segue em queda livre. Desta vez foi a Sony que anunciou o encerramento de suas atividades no Brasil a partir de março de 2021, com o fechamento da fábrica em Manaus.
A venda e a distribuição de segmentos como TVs, áudio e câmeras também serão encerradas em meados do ano que vem, de acordo com o comunicado da empresa japonesa. Todos os 220 funcionários da companhia serão demitidos. Na semana passada, a Siemens, que fabrica equipamentos elétricos, informou que vai fechar sua fábrica em Canoas, que fica no Rio Grande do Sul, provocando o desligamento de 280 profissionais, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da região.
Nós cansamos de comentar aqui no Faixa Livre que a falta de incentivos do Governo Federal ao estabelecimento de empresas no Brasil é um dos componentes principais para o desastre da nossa economia. O nosso parque industrial vem há anos perdendo fôlego, o que reflete diretamente no índice de desemprego altíssimo no país. Uma retomada da atividade econômica efetiva no Brasil passa diretamente pela recomposição dos postos de trabalho nas fábricas de médio e grande porte.
Eu gostaria de comentar rapidamente também esses resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, que mais uma vez ficaram abaixo da meta estabelecida para o ano de 2019. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, o resultado do ensino médio no Brasil, incluindo as redes pública e privada, passou de 3,8 pontos, em 2017, para 4,2 pontos no ano passado, ainda bem longe dos 5 pontos colocados como objetivo.
Apesar de uma leve melhora nos índices do ensino fundamental, falta muito para termos números que apontem para uma educação de qualidade. Isso porque ainda não temos os reflexos da gestão Bolsonaro, que contou com Vélez Rodriguez e Abraham Weitraub no Ministério, tampouco os efeitos da pandemia. A educação do Brasil pede socorro.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: