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Enquanto governos estaduais, o Ministério da Saúde, a comunidade médica e a própria população vão se sensibilizando e se mobilizando nesse esforço para conter a expansão do coronavírus, o presidente Bolsonaro continua insistindo em que tudo não passa de um certo exagero e que, principalmente, as pessoas estão tomadas por ‘histeria’. Parece que ele se recusa a observar os dados internacionais e as próprias orientações da Organização Mundial da Saúde.
Enquanto isso, infelizmente o número de casos vai subindo, principalmente em São Paulo e aqui no Rio. Hoje o governador Witzel deve publicar um decreto estabelecendo regras restritivas para a circulação das pessoas e para o funcionamento do comércio e dos serviços em geral. Os meios de transporte terão sua autorização de circular reduzida para 50% da sua capacidade e vários pontos turísticos, shoppings centers, bares e restaurantes, todos terão normas restritivas para o atendimento ou mesmo para o fechamento dos mesmos.
É nesse sentido que ganham importância as medidas económicas que estão sendo boladas pela equipe do Paulo Guedes e, francamente, quando o diagnóstico é equivocado, evidentemente a terapia sai pior que o encomendado, aquilo que a gente precisa. Paulo Guedes ontem, em uma coletiva que na verdade não foi uma coletiva, foi uma fala onde, inclusive, quando jornalistas procuraram questionar alguma coisa, ele alegou que somente seus assessores iriam responder as perguntas.
O Paulo Guedes, na verdade, apresentou um conjunto de medidas extremamente limitado e que se volta, na verdade, para uma espécie de recuo de medidas que o seu próprio governo vem tomando, como, por exemplo, a restrição à extensão do programa Bolsa Família.
Todos nós sabemos de informações que nos vêm do Nordeste, onde o programa Bolsa Família acabou por sofrer fortes cortes, agora ele promete a inclusão de um contingente formidável de brasileiros que, na verdade, foram excluídos recentemente pelo seu próprio governo. As medidas importantes se voltam principalmente para aposentados e pensionistas, que vão ter antecipado o 13º para os meses de abril e maio. É importante, assim como o abono salarial, mas isso pega a turma que, de alguma maneira, ainda mantém algum grau de proteção vindo do Estado.
O problema é que Paulo Guedes, bem como os liberais, defenderam uma tal reforma trabalhista que, na verdade, aprofundou a informalidade no país e hoje o que temos é um conjunto muito expressivo de brasileiros que dependem do seu próprio esforço para ganhar algum, matando um leão por dia. Essa turma que vai sofrer mais as consequências dessa paralisia económica porque é disso que estamos falando nesse momento. Portanto, as medidas anunciadas pelo Paulo Guedes são relevantes principalmente em termos de oferecer liquidez para os bancos, essa que é a verdade.
Os bancos certamente também enfrentarão problema de inadimplência junto aos seus devedores e é nesse sentido que o Conselho Monetário Nacional ontem tomou uma série de medidas para aliviar a vida dos bancos, justamente o segmento mais privilegiado há 25 anos na economia brasileira. Mas, por aqui, tenho algumas informações importantes para dar a vocês em relação ao nosso programa Faixa Livre. A partir de hoje teremos algumas mudanças. Por orientação da rádio Bandeirantes, nós podemos manter, a partir de agora, apenas três pessoas dentro do estúdio incluindo o operador de som.
Nesse sentido, a equipe trabalhando diariamente no estúdio da Bandeirante estará reduzida a mim e à Nathalia Moraes. Celeste Cintra, a partir de agora, trabalha em casa, inclusive por questões relativas à sua própria saúde. Nós mesmos da equipe do Faixa Livre ontem já tínhamos deliberado isso e a orientação da Bandeirantes, que surgiu no período da tarde, apenas reforçou a nossa decisão. A Celeste Cintra continua produzindo o programa, mas de casa, bem como o jornalista Anderson Gomes, que produz as matérias relativas às entrevistas que fazemos no Faixa Livre.
Uma outra mudança que teremos é que nas próximas sextas-feiras, nós não teremos mais o nosso debate tradicional semanal no programa. Vamos incrementar as nossas entrevistas justamente por conta dessa determinação de limitar o número de participantes do programa dentro do estúdio, mas vamos tocar a nossa vida. Queremos que todos nós estejamos unidos nesse momento e, especialmente, com muita atenção especialmente a aquela população mais vulnerável. Nesse momento, a solidariedade entre nós é fundamental, até porque, em matéria de governo, estamos muito malparados.
Ouça o comentário de Paulo Passarinho: