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O desarranjo do governo Jair Bolsonaro é evidente. Nesses poucos meses do seu governo, as tensões e principalmente instabilidades continuam em curso, nas mais diferentes áreas. Na área da economia, a tônica é o desemprego. Dados do IBGE apontam inclusive que a dispensa de temporários é a maior em sete anos, e isso justamente quando, especialmente no ano passado, muito bumbo foi batido em função da aprovação de mudanças na legislação trabalhista e também na lei de terceirizações.
Falava-se que essas seriam medidas essenciais para a recuperação do emprego. O que temos hoje é o recrudescimento do desemprego e a incerteza que cada vez mais cresce. E são essas incertezas que levam, em meio à instabilidade da conjuntura internacional, principalmente em função das pressões do governo Trump contra o Irã, a China, o dólar novamente a ultrapassar a R$ 4, e coloca muito mais dúvidas do que certezas a respeito dos desdobramentos da economia, quando o governo vive prometendo junto com a mídia dominante que a grande solução para tudo seriam as mudanças na área da Previdência Social.
Nada tem a ver com a realidade que precisamos enfrentar, essa realidade do baixíssimo crescimento da economia brasileira, do desemprego, da deterioração dos serviços públicos, problemas que tocam diretamente ao dia a dia da população, só que o governo, a pretexto de oferecer soluções, apresenta novos problemas. A restrição do direito à aposentadoria, ao recebimento de pensões em nada irá ajudar esse quadro, muito pelo contrário, irá aprofundar a crise brasileira.
E tudo isso em meio a uma situação política que vai se agravando em relação à família do próprio presidente Bolsonaro. O Ministério Público investiga um conjunto de parentes, particularmente da ex mulher de Bolsonaro. Há grandes suspeitas, o Ministério Público já tem de alguma maneira um conjunto de provas que apontam que, a rigor, o gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro era uma tremenda lavanderia de dinheiro com seus pseudo-assessores, dando dinheiro ao próprio deputado, que tem uma evolução do seu patrimônio e, principalmente, lucros com transações imobiliárias que chamam muito atenção, e é isso que está sendo investigado pelo Ministério Público.
O Bolsonaro, lá nos Estados Unidos, diz que não tem nada a temer, afirma inclusive que tudo é feito para atingi-lo e pede que suas próprias contas sejam investigadas, mas parece que o foco da investigação do Ministério Público é com relação ao senhor Flávio Bolsonaro, que possui também, assim como o próprio presidente da República, íntimas relações com um poderoso grupo de milicianos que, entre outras coisas, paira a suspeita de terem sido os responsáveis pela execução da vereadora Marielle Franco.
Tudo isso vai transformando no horizonte do governo Bolsonaro pesadas nuvens que a qualquer momento podem se transformar em um tremendo temporal ou tsunami, como o próprio Bolsonaro andou mencionando, e é nesse contexto que crescem especulações dentro do Congresso Nacional a respeito do futuro desse governo. Qual é o futuro?
O futuro de um governo que nos condena ao baixo crescimento ou mesmo à volta da recessão, o futuro que garante principalmente muito desemprego e muito desalento para a população brasileira, um futuro que aponta para a restrição de direitos e a um golpe fatal na seguridade social no Brasil? Nós precisamos evidentemente reagir a isso, e isso está acontecendo. A manifestação dessa última quarta-feira, 15 de maio, contra o corte de verbas na educação e a contrarreforma da Previdência mostra que teremos muita batalha nas ruas e, principalmente, a busca de uma alternativa.
É isso que precisamos. Precisamos, temos sustentado isso no programa, derrotar a política econômica e o modelo de economia que vem predominando no país desde os anos 1990, e que nos condenam a esse futuro que está desenhado inclusive nessas péssimas impressões do governo Bolsonaro nesse seu início de mandato. É com relação a isso que a nação brasileira deve se levantar e, de maneira muito clara, rechaçar qualquer possibilidade dessa aventura dos liberais continuar em curso no Brasil.
Ouça o comentário de Paulo Passarinho: