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Vocês lembram que no comentário de ontem eu falei que Jair Bolsonaro segue dobrando a aposta? Pois bem, as declarações do presidente da República deixam claras as minhas palavras. Em resposta à operação da Polícia Federal que atingiu novamente seus aliados, com a quebra do sigilo bancário de vários parlamentares, como os deputados Carla Zambelli, Bia Kicis e Daniel Silveira, e o senador Arolde de Oliveira, o ex-capitão do Exército ampliou seu arsenal de ameaças.
Ele disse, em um texto publicado nas redes sociais, que não pode ‘assistir calado enquanto direitos são violados e ideias perseguidas’, que o histórico do governo prova que ele sempre esteve ‘ao lado da democracia e da Constituição brasileira’ e que tomará as medidas legais possíveis para proteger a liberdade dos brasileiros. Para Bolsonaro, as investigações de malfeitos só são legais quando alcançam seus inimigos. Quando chegam próximo ao seu núcleo de poder, é perseguição.
Soma-se a essa manifestação do presidente uma nota divulgada no início desta semana e assinada por alguns oficiais do alto escalão do Exército, Marinha e Aeronáutica, endereçada ao ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, onde eles exaltam as qualidades dos militares, citam ações do STF baseadas na subjetividade e o uso de ‘palavreado enfadonho’. Além disso, eles relembram um episódio onde o decano da Corte foi chamado de ‘juiz de merda’.
Essa retórica golpista do alto comando das Forças Armadas, apesar de não ser unânime, mostra que há uma divisão na tropa, que, ao chamado do presidente, pode se colocar em ordem para derrubar o regime. Digo isso porque, entre o baixo oficialato e os praças, há um forte apoio aos ideais do bolsonarismo e eles não vão se furtar a colocar a cabeça para fora ao primeiro sinal de golpe.
O apreço de Jair Bolsonaro pela democracia é o mesmo que ele tem pelas vítimas da Covid-19 no país. Continuamos contando as mortes aos milhares no Brasil todos os dias. As vagas nas UTI’s seguem raras e a doença se espalha para o interior do país. E a esquerda, seguirá de braços cruzados vendo o golpe acontecer embaixo dos nossos narizes? Fica a pergunta aos líderes progressistas.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: