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Editorial – 19.06.2019

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O Intercept Brasil voltou ontem a divulgar gravações envolvendo Sérgio Moro e o procurador Detan Dallagnol. Nessas gravações, o ex-juiz questiona o procurador sobre uma investigação envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dia após o Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem a respeito de suspeitas contra o tucano. Naquele dia, Moro chamou Deltan Dallagnol em chat privado no Telegram para falar sobre o assunto.

 

O juiz dos processos da Lava Jato em Curitiba queria saber se as suspeitas contra o ex-presidente eram sérias. O procurador respondeu acreditar que a força-tarefa propositalmente não considerou a prescrição do caso de Fernando Henrique e enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo. Segundo ele, talvez para o Ministério Público Federal passar um recado de imparcialidade. À época, a Lava Jato vinha sofrendo uma série de ataques, sobretudo de petistas e outros grupos de esquerda, que a acusavam de ser seletiva e de poupar políticos do PSDB.

 

As discussões haviam sido inflamadas meses antes quando o então juiz Moro aparecera sorrindo em um evento público ao lado de Aécio Neves e Michel Temer, apesar das acusações pendentes de corrupção contra ambos, e o diálogo diz tudo. O Moro pergunta para Deltan Dallagnol: “Tem alguma coisa mesmo séria do Fernando Henrique? O que vi na TV pareceu muito fraco”. O Dallagnol responde: “Em principio sim, o que tem é muito fraco”. O Moro insiste: “Não estaria mais do que prescrito?”, e o Dallagnol: “Foi enviado para São Paulo sem ser analisada a prescrição, suponho que de propósito, talvez para passar recado de imparcialidade”. E o Moro diz: “Ah, não sei, acho questionável, pois melindra alguém cujo apoio é importante”.

 

Aliás esse apoio se manifestou agora, após as revelações do Intercept Brasil quando o ex-presidente claramente disse que eram questões de menor importância, isso não compromete a operação Lava Jato, não compromete o Sérgio Moro e, muito menos, não pode se questionar a própria condenação do seu adversário, o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, me parece, foi o grande prejudicado junto com o PT com toda essa história do Moro, do Dallagnol, armando abertamente para agilizar um processo de condenação ao Lula e procurar impugnar a sua candidatura à Presidência da República.

 

É isso que Sérgio Moro hoje terá oportunidade de tentar explicar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde ele irá comparecer. Essa iniciativa foi o próprio Moro que teve, de procurar ir ao Senado, e ele foi agora convidado para também ir à Câmara, e acha que com isso poderá explicar o inexplicável. Eu confesso a vocês que aguardarei com muita ansiedade o que o ex-juiz, atual ministro de Bolsonaro, terá a explicar. Me parece que ele terá de dar, na verdade, um nó em pingo d’água.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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