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A audácia de Jair Bolsonaro em confrontar as instituições não diminui nem em meio à mais grave crise de saúde pública da história. No último domingo, o presidente da República, que jurou defender a Constituição na cerimônia de posse, no primeiro dia de seu mandato, discursou para um grupo de manifestantes que defende a intervenção militar no país em frente ao quartel general do Exército, em Brasília, na ocasião em que se comemorou o dia da instituição.
Não bastasse o atentado à ordem democrática estabelecida pelo texto constitucional, no fomento a um novo regime ditatorial no país, Bolsonaro mais uma vez desdenha das recomendações das autoridades de saúde e incentiva a aglomeração, facilitando a proliferação do novo coronavírus.
No rápido discurso que fez, Bolsonaro chegou a dizer aos militantes que “não estamos aqui para negociar”, sendo recepcionado aos gritos de “nossa bandeira jamais será vermelha”. O presidente interrompeu sua fala após uma crise de tosse. Diante das posturas irresponsáveis desde o início do isolamento social, não será surpresa se o chefe do Executivo estiver infectado pela Covid-19.
Curioso nessa história é que o ex-capitão do Exército, que sempre se manifestou para seus apoiadores através de lives nas redes sociais direto do Palácio do Planalto, praticamente abandona o expediente e sai às ruas no momento em que o mundo inteiro está confinado e se comunicando por transmissões via internet.
Resta agora saber o que os ministros do Supremo Tribunal Federal, que, aliás, têm se especializado em atacar direitos dos trabalhadores, como na permissão de acordos entre patrões e empregados para redução de salários durante o período da pandemia sem amparo dos sindicatos, dirão diante de mais uma atitude criminosa do político.
A sociedade civil, em especial os partidos de oposição, precisam tomar uma atitude e cobrar do Judiciário e também do Legislativo uma reposta à altura antes que os discursos autoritários de Bolsonaro ganhem corpo e se transformem em um pesadelo ainda pior para uma população que está cansada de sofrer com os desmandos de uma classe política que, em sua maioria, só age em benefício próprio. Já passou da hora de tirar Bolsonaro do Palácio do Planalto.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: