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O descaso e a ideologização impostos pelo governo de Jair Bolsonaro quando o tema é a educação do nosso país não é algo novo. Desde o início do mandato, o presidente da República tomou o ensino público de qualidade como um dos grandes inimigos. Não por acaso, nomeou para o Ministério um filósofo colombiano naturalizado brasileiro de nome Ricardo Vélez Rodríguez, que foi defenestrado do cargo em pouco mais de três meses após se envolver em uma série de polêmicas, chamou brasileiros viajantes de canibais, que roubam tudo, pediu para que alunos filmassem as aulas para denunciar uma suposta doutrinação de esquerda por parte dos professores, enfim.
Depois dele, tivemos no cargo Abraham Weintraub, uma figura que dispensa apresentações. Hoje é investigado por ter ameaçado magistrados do Supremo Tribunal Federal em uma reunião ministerial. Na sequência, o ministro que nunca foi ministro. Carlos Alberto Decotelli foi anunciado para o posto, mas não chegou a assumir o cargo após um escândalo de que teria copiado trechos de outros trabalhos em sua dissertação de mestrado.
E este fato volta a se repetir por um indicado de Jair Bolsonaro na educação. Eu me refiro à nova presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, Cláudia Queda de Toledo. Além de ter passado pelo constrangimento de dirigir uma instituição descredenciada pela própria Capes, em 2017, o Centro Universitário de Bauru, quando o curso de mestrado “Sistema Constitucional de Garantias de Direitos”, coordenado por ela mesma à época, recebeu nota 2 na avaliação quadrienal, descobriu-se que ela tomou posse, como se fossem seus, de trechos de outros autores sem a devida citação para sua dissertação de mestrado.
Reitores de várias universidades públicas criticaram a nomeação de Cláudia Toledo. A instituição que ela dirige, aliás, foi aquela onde se formou em Direito o atual ministro da Educação Milton Ribeiro, em 1990. É mais um passo na cruzada do ex-capitão para acabar com a pesquisa científica no Brasil e desvalorizar o nosso ensino superior. Esperamos que a luta incansável dos profissionais de educação reverta mais esse absurdo.
Eu queria falar também muito rapidamente sobre essa Cúpula do Clima proposta pelo presidente dos Estados Unidos Joe Biden, que será realizada na quinta (22) e na sexta-feira (23) de maneira virtual, reunindo alguns dos maiores líderes mundiais em um debate sobre as mudanças climáticas, e que terá a participação do presidente Jair Bolsonaro.
O chefe de Estado brasileiro chega pressionado para o encontro por conta das políticas ambientais adotadas por seu governo, que apoiam o desmatamento para interesse dos madeireiros e não combate as queimadas criminosas provocadas por latifundiários que desejam ocupar determinados territórios. A situação ficou ainda mais complicada depois da notícia-crime enviada pelo ex-Superintendente da Polícia Federal no Amazonas Alexandre Saraiva ao Supremo Tribunal Federal contra o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, acusado de atuar para proteger madeireiros naquela apreensão recorde de madeira no final do ano passado, no Pará, quando 200 mil m³ foram interceptados por policiais federais.
Fato é que os olhos do mundo se voltam para o Brasil, seja pelo desmatamento sem controle, seja pelo desmonte de políticas de direitos humanos ou então pelo verdadeiro genocídio promovido pela falta de coordenação em relação à pandemia de Covid-19. A solução necessária para os nossos problemas mais urgentes está muito clara: a saída de Jair Bolsonaro da Presidência da República. É isso que esperamos como resultado dessa CPI, que será iniciada essa semana no Senado, para investigar as ações do governo na crise de saúde.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: