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Editorial – 20.05.2019

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Muito mais cedo que se imaginava parece que o governo Bolsonaro entra em uma espécie de inferno astral. Na semana passada, nós tivemos aquelas magníficas mobilizações contra o corte de verbas da educação e também contra esse ataque que o governo pretende desferir à Previdência Social pública e, porque não dizer, contra a própria seguridade social do Brasil. Isso porque as medidas que estão sendo propostas pelo governo Bolsonaro, e não somente em relação à assistência social, saúde ou à Previdência Social, mas em todas as áreas, vêm criando um clima de muita atenção no país e de muita oposição naturalmente.

 

Ao mesmo tempo, dentro do próprio governo, as divergências são explícitas, especialmente entre aqueles chamados de olavistas, seguidores do senhor Olavo de Carvalho, um astrólogo guru residente nos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, os segmentos militares que não só embarcaram, mas podemos aqui apontar, incentivaram e organizaram essa campanha do senhor Bolsonaro, algo imaginável principalmente para uma perspectiva de vitória em uma eleição presidencial, mas que acabou se materializando depois de muitas armações.

 

É isso mesmo, temos de nos recordar que essa campanha de 2018, especialmente do senhor Bolsonaro, foi cheia de lances espetaculares, intervenções, inclusive, do alto comando do Exército em julgamentos do Supremo Tribunal Federal, entre outras coisas. Por isso, nós aqui registramos, de forma muito rápida esse governo vai se desgastando. As manifestações da semana passada junto com as investigações do Ministério Público que poderão levar a um comprometimento do próprio mandato do atual senador Flávio Bolsonaro evidentemente levam as hostes governistas a um processo de desespero nesse momento que se reflete dentro do Congresso.

 

Dentro do Congresso temos agora uma espécie de jogo de força entre, inclusive, partidos que se colocam como aliados de Bolsonaro, mas que não concordam com algumas das suas proposições. Uma primeira questão que está em jogo diz respeito a essa Medida Provisória que reorganiza os Ministérios, o governo já sofreu derrotas na Comissão Especial que analisa essa Medida Provisória e poderá vir a ter de fato uma derrota definitiva em julgamento de plenário.

 

Dentre essas medidas encontra-se aquela proposição de transferência do Coaf para o âmbito do Ministério da Justiça, retirando-o do Ministério da Economia. Os parlamentares já sacramentaram, pelo menos em termos da Comissão Especial, a sua negativa para esse tipo de proposição, o que esvaziaria o poder do senhor Sérgio Moro, mas há outras batalhas em curso, especialmente em torno da questão da dita contrarreforma previdenciária. O Congresso agora, através do comando do Rodrigo Maia, ameaça elaborar uma proposta própria, deixando de lado a proposta que veio do Palácio do Planalto, e tudo isso, portanto, conforma uma situação onde os desdobramentos, para muitos, podem ser imprevisíveis.

 

Bolsonaro, por exemplo, na semana passada fez divulgar um texto não de sua autoria, mas de um funcionário da Comissão de Valores Mobiliários, onde de alguma maneira ele suscitou muitas dúvidas em relação às suas pretensões, inclusive das suas relações com o próprio Congresso. Nesse texto é dito de maneira muito clara que o país é ingovernável a partir das pressões que as corporações exercem dentro do parlamento e onde as reformas ditas importantes para o país não conseguem andar.

 

Evidentemente é uma versão da história absolutamente enviesada, até porque a principal corporação que temos hoje em atuação no país, não somente dentro do Congresso, mas principalmente na mídia dominante, é a corporação dos bancos e multinacionais, é a corporação que mais corrompe, que mais compra deputados e que mais impõe a importante pauta da economia.

 

Com relação a isso, ninguém fala, até porque sucessivos governos se submetem a essa pauta, essa é a questão central que inclusive as mobilizações muito importantes que estão em curso e que são convocadas para o futuro próximo, a UNE já convoca uma nova manifestação dos estudantes para o próximo dia 30, preparando a greve geral do dia 14 de junho. Portanto, mais do que nunca é necessário que essas manifestações abracem de forma muito forte a necessidade da denúncia desse cartel de bancos e multinacionais que são aqueles que efetivamente dão as cartas na política e na economia dentro do Brasil.

 

Nesse momento em que a conjuntura política vai se agravando, é necessário que tomemos partido, e o nosso partido será sempre daqueles que trabalham, que procuram condições de vida dignas, daqueles que querem um país soberano e independente. Por isso, chamamos atenção nesse momento onde inclusive os bolsonaristas pretendem voltar às ruas em apoio ao governo, é necessário que estejamos absolutamente organizados e firmes no nosso propósito no sentido de derrotar o governo Bolsonaro, a sua contraproposta para atacar a Previdência Social pública e estar atento contra todas as ameaças às liberdades democráticas no nosso país que cada vez mais estarão ameaçadas por um governo claramente antinacional e antipopular.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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