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O cenário de representatividade nas instituições do país, que já é grave, pode piorar ainda mais. O Congresso Nacional deve começar a debater nos próximos dias a possibilidade de postergação das eleições municipais deste ano, mas sem que haja a extensão dos mandatos em vigor para 2021. Ou seja, ao que parece a hipótese seria manter a data do pleito ainda em 2020. De toda forma, a medida requer uma Proposta de Emenda Constitucional, já que a Carta Magna determina que, em ano eleitoral, a votação em primeiro turno deve ocorrer no primeiro domingo de outubro e, o segundo turno, no último fim de semana do mesmo mês.
Em uma primeira análise, isso parece uma boa alternativa, já que os políticos eleitos quatro anos atrás de fato não teriam legitimidade para seguir nos cargos por mais um tempo. A grande questão é que neste momento de excepcionalidade, as campanhas eleitorais da forma como nós conhecemos, com convenções partidárias, reuniões, panfletagens e grandes mobilizações estão inviabilizadas pelo advento do novo coronavírus, e, ao que tudo indica, essas regras de afastamento social não devem sofrer grandes alterações até o fim deste ano.
Ou seja, mais do que nunca, as redes sociais ganharão um protagonismo ainda maior no cenário eleitoral nacional. E, como todos nós sabemos, este é um espaço que a esquerda ainda não domina. Não por acaso temos essa tragédia chamada Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, eleito a base de disparos de notícias falsas em massa financiados por empresários, em fraudes já reveladas pelos veículos de comunicação, mas que o Tribunal Superior Eleitoral se recusa a enxergar.
A discussão a respeito da realização das eleições municipais é urgente e não deve envolver apenas os parlamentares. As cúpulas dos partidos devem ser chamadas para o debate, bem como comitês devem ser formados na sociedade civil para abordar o tema. A chamada festa da democracia do país, que já não é mais tão festiva assim, tampouco democrática, não pode ser atingida frontalmente, mais uma vez, pela ameaça dos robôs e das fake news.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: