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Editorial – 22.01.2020

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Esta administração atual que ocupa o Governo Federal é realmente inacreditável. Em geral, esse governo é apontado como dividido em determinadas frações, algumas totalmente envolvidas na estupidez humana e outras que procuram apontar que alguns de seus membros possuem alguma racionalidade. O senhor Paulo Guedes, ministro da Economia, é um desses. Eu aqui já ironizei, para mim ele tem muito mais possibilidades com a dona Damares do que com outra coisa qualquer, não é à toa que eu já, mais de uma vez, o chamei de Paulo Damares Guedes.

 

Ontem, Paulo Guedes, em Davos, simplesmente afirmou que “o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer, elas têm outras preocupações que não são as preocupações das pessoas que já destruíram suas florestas e combateram suas minorias étnicas e todas essas coisas, é um problema complexo, não há solução fácil”.

 

Bem, esta parte onde ele diz que ‘os pobres no Brasil têm outras preocupações que não são as preocupações das pessoas que já destruíram suas florestas e já combateram suas minorias étnicas’ claramente é um recado para os países superdesenvolvidos, em relação aos quais o senhor Paulo Guedes, abstraindo a história, em geral procura prestar tributos.

 

Mas ele, na verdade, está querendo fazer com que todas essas críticas que o mundo inteiro dirige ao governo do qual ele participa, de Bolsonaro, por conta dessa política irresponsável de meio ambiente que hoje está em curso, que incentiva o desmatamento, desmatamento que é a porta de entrada e agravante do problema das queimadas na Amazônia, está querendo simplesmente atribuir a pobreza especialmente aos pobres, esse drama que não somente afeta a Amazônia, afeta também, principalmente, temos destacado isso, o nosso Cerrado, cada vez mais dominado pelas monoculturas.

 

O senhor Paulo Guedes abstrai tudo isso. Ele coloca toda a responsabilidade nos pobres, como se nós não tivéssemos os comandantes do agronegócio que, movidos por agrotóxicos, promovem queimadas junto com madeireiras, mineradoras, mas o senhor Paulo Guedes não está interessado nisso.

 

Ele, na verdade, está interessado nos seus negócios, nem sempre lícitos conforme, inclusive, as investigações dos fundos de pensão podem muito bem mostrar, ou mesmo decisões do governo para beneficiar o empresariado privado, que olha com muito apetite a difusão do ensino privado, o ensino privado e de péssima qualidade que é oferecido especialmente aos nossos jovens.

 

Por isso, nós vivemos um momento de tragédia no Brasil e no mundo, mas aqui no Brasil essa tragédia tem contornos bem específicos e tem nome e sobrenome. É a estupidez humana no seu estágio mais avançado e em postos de comando, na economia, na sociedade e principalmente dentro do Palácio do Planalto. Até quando iremos aturar esse tipo de absurdo, absurdo que ontem se revelou nessa estapafúrdia decisão de um procurador do Ministério Público Federal, que procurou denunciar o senhor Glenn Greenwald, um jornalista, fundador do The Intercept Brasil, e que tem sido responsável pelo chamado Vaza Jato.

 

Claramente é uma tentativa de intimidar a imprensa no Brasil, que já anda muito claudicante, diga-se de passagem, e emparedar inclusive o próprio Supremo Tribunal Federal, que havia, através de um habeas corpus concedido pelo senhor Gilmar Mendes, preservado o jornalista Glenn Greenwald. Vamos ver como essa coisa evolui, afinal de contas estamos nesse Brasil tomado de questões absolutamente inacreditáveis, a começar pelo presidente da República e pelo ministro da Economia.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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