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O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), líder do tal gabinete paralelo que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro nas medidas de contenção da pandemia, esteve ontem (22) prestando depoimento à CPI no Senado e repetiu aquela estratégia que temos acompanhado de maneira recorrente na comissão.
Negou a existência do tal grupo de aconselhamento do presidente, disse que o ex-capitão “de vez em quando” lhe pergunta alguma coisa. Questionado a respeito da imunidade de rebanho, tese que ele defende desde o início do surto de Covid-19 no país, o parlamentar declarou que isso não envolveria deixar a população se contaminar livremente.
Ele também comentou seus prognósticos que faziam referência ao breve fim da pandemia no país, isso lá no mês de abril, maio do ano passado. O deputado ressaltou que se baseava nos dados que tinha à época, que não era possível prever que a pandemia tomaria a proporção que tomou.
Curioso foi o momento em que Terra se referiu à Suécia como um caso de sucesso no combate ao coronavírus, sugerindo que a CPI convidasse o ministro da Saúde do país para falar a respeito das medidas tomadas por lá. O relator da comissão, senador Randolfe Rodrigues, rebateu dizendo que todo o comitê do país europeu havia sido deposto no dia anterior. Enfim, mais do mesmo, o que só confirma a irresponsabilidade do Governo Federal.
Agora a CPI quer investigar se o tal gabinete paralelo foi financiado por empresários bolsonaristas. Esperamos que essas investigações se aprofundem e que todos os culpados pelo morticínio no nosso país sejam punidos. Eu também gostaria de aproveitar esse editorial para ler uma importante e contundente nota da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), publicada após mais uma agressão do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas, anteontem (21), em São Paulo. Diz o texto:
“Renuncie, presidente!
Descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço, irascível, amalucado, alucinado, desvairado, enlouquecido, tresloucado. Qualquer uma destas expressões poderia ser usada para classificar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, insultando jornalistas da TV Globo e da CNN.
Com seu destempero, Bolsonaro mostrou ter sentido profundamente o golpe representado pelas manifestações do último sábado. Elas desnudaram o crescente isolamento de seu governo.
Que o presidente nunca apreciou uma imprensa livre e crítica, é mais do que sabido. Mas, a cada dia, ele vai subindo o tom perigosamente. Pouco falta para que agrida fisicamente algum jornalista.
Seu comportamento chega a enfraquecer o movimento antimanicomial – movimento progressista e com conteúdo profundamente humanitário. Já há quem se pergunte como um cidadão com tamanho desequilíbrio pode andar por aí pelas ruas.
Mas a situação é ainda mais grave: esse cidadão é presidente de um país com a importância do Brasil.
Diante da rejeição crescente a seu governo, Bolsonaro prepara uma saída autoritária e, mesmo a um ano e meio da eleição, tenta desacreditar o sistema eleitoral. Seu objetivo é acumular forças para a não aceitação de um revés em outubro de 2022
.
É preciso que os democratas estejam alertas e mobilizados.
Diante desse quadro, com a autoridade de seus 113 anos de luta pela democracia, a ABI reitera sua posição a favor do impeachment do presidente. E reafirma que, decididamente, ele não tem condições de governar o Brasil.
Outra solução – até melhor, porque mais rápida – seria que ele se retirasse voluntariamente.
Então, renuncie, presidente!
Paulo Jeronimo
Presidente da ABI”
Nós aqui no Faixa Livre reafirmamos o apelo da Associação Brasileira de Imprensa pela saída imediata do Jair Bolsonaro do cargo máximo do nosso país para que seja evitada uma tragédia humanitária ainda maior.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: