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Para aqueles que achavam que o presidente Jair Bolsonaro assumiu uma postura estatista ao efetuar a troca no comando da Petrobras, em poucos dias o ex-capitão do Exército desfez essa impressão. Na noite da última terça-feira (23), o político sem partido foi a pé até o Congresso Nacional entregar aos parlamentares a Medida Provisória que trata da privatização da Eletrobras. Acompanhado de alguns ministros, como o de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o da Economia, Paulo Guedes, a ação se deu em um claro aceno ao Posto Ipiranga e aos ultraliberais que compõem o governo depois da decisão de destituir Roberto Castello Branco da estatal de petróleo, que irritou o mercado financeiro.
Essa MP permite que o BNDES dê início a estudos sobre a desestatização da companhia. O projeto estabelece ações de classe especial, que garantem à União o poder de veto em questões estratégicas, a chamada golden share. Além disso, Itaipu Binacional e Eletronuclear seguem sob controle do Estado brasileiro. As demais subsidiárias serão repassadas ao setor privado.
O chefe do Executivo garantiu que a agenda de privatizações segue a todo vapor e afirmou que “nós queremos, sim, enxugar o Estado, diminuir o tamanho do mesmo, para que nossa economia possa dar a satisfação, dar a resposta que a sociedade precisa”.
Ainda que haja resistências à privatização da Eletrobras no Congresso, é de fundamental importância que os deputados e senadores da dita esquerda ajam no intuito de não permitir a aprovação dessa Medida Provisória que entregará de vez a nossa energia nas mãos do capital internacional. Será o tiro de misericórdia na nossa soberania, já que o Brasil não tem mais o controle das teles, está entregando a Petrobras, as empresas de saneamento.
Eu queria falar também sobre aquela operação para salvar o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, das mãos da Justiça, com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que julgou nulas as quebras dos sigilos bancário e fiscal no inquérito que investiga o célebre episódio das rachadinhas no gabinete do parlamentar quando ele ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. Neste sentido, eu gostaria de ler a coluna do jornalista Bernardo Mello Franco, publicada ontem no jornal O Globo, que tem o título de “A grande obra de Bolsonaro”:
“Depois de muito trabalho, Jair Bolsonaro está perto de concluir a maior obra de seu governo: a blindagem do filho Zero Um. Ontem o Superior Tribunal de Justiça anulou as quebras de sigilo bancário e fiscal do herdeiro. Com a decisão, o escândalo da rachadinha fica a um passo de ser sepultado.
O capitão pode ser acusado de tudo, menos de ser um pai ausente. Para proteger Flávio, ele interferiu na Polícia Federal, aparelhou a Abin, enquadrou a Receita e tentou extinguir o Coaf. Os outros Poderes também fizeram sua parte. O Legislativo paralisou o Conselho de Ética do Senado, e o Judiciário distribuiu liminares salvadoras.
No Supremo, os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux travaram a investigação por cinco meses. Gilmar Mendes, sempre ele, livrou o faz-tudo Fabrício Queiroz da cadeia. No STJ, não houve concorrência. O ministro João Otávio de Noronha, que Bolsonaro já descreveu como um “amor à primeira vista”, assumiu o papel de escudeiro do Zero Um.
Há sete meses, o doutor ofereceu o primeiro habeas corpus a Queiroz. Estendeu a gentileza à mulher do ex-PM, que estava foragida. Ontem ele foi o primeiro a anular as quebras de sigilo. Ao votar, acusou o Coaf de promover “indevida intromissão na intimidade e privacidade” do primeiro-filho.
Para Noronha, o órgão que fiscaliza movimentações atípicas foi indiscreto ao relatar as movimentações atípicas de Flávio. Graças ao Coaf, soube-se que a conta do senador era abastecida com envelopes recheados de dinheiro vivo. As quebras de sigilo revelaram que Queiroz pagava até a escola das netas do presidente.
Ao invalidar as provas contra o Zero Um, o STJ mutilou a denúncia que o acusa de desviar R$ 6 milhões dos cofres da Alerj. Agora a grande obra de Bolsonaro está quase completa. Falta arrumar um jeito de sumir com aqueles R$ 89 mil que Queiroz depositou na conta da primeira-dama”.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: