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Editorial – 26.09.2019

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A gestão de Jair Bolsonaro no Brasil está marcada pelo ódio e pela intolerância. Medidas que ampliam o abismo social, concentram renda nas mãos dos mais ricos, entrega da soberania nacional ao capital internacional. Muitos dizem que o caráter autoritário de sua gestão se dá por conta de seu passado nas Forças Armadas. Outros dizem que faltaram bons exemplos ao ex-capitão do Exército ao longo de sua trajetória.

 

Se o problema é a ausência de modelos, vou passar a leitura da coluna de Bernardo Mello Franco para o jornal O Globo, onde o jornalista cita o discurso do presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Souza durante a Assembleia Geral da ONU, para que o político do PSL possa se inspirar. O título da coluna é “Capitão, ouça o professor Marcelo’:

 

Há 45 anos, Portugal era um país atrasado, submetido a uma ditadura carola e fechado para o mundo. Hoje é uma nação moderna, que atrai imigrantes e cresce acima da média europeia. Virou o destino preferido de brasileiros que fogem do desemprego e da violência urbana.

 

Na terça-feira, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa representou o país na Assembleia Geral da ONU. Ele fez um discurso incisivo contra o nacional-populismo, a intolerância e a xenofobia. Sem citar nomes, criticou líderes que se dizem patriotas e fingem ignorar desafios urgentes, como as mudanças climáticas e a crise migratória.

 

Na contramão de Donald Trump e seus imitadores, o português disse que o mundo precisa de mais multilateralismo e cooperação internacional. “Há 80 anos, começava a Segunda Guerra. Vale a pena parar um minuto para tirar as lições desse passado próximo”, afirmou.

 

Ele lembrou que “ninguém é uma ilha”, nem os países mais poderosos. “É fundamental manter o diálogo, a prevenção de conflitos, as iniciativas pelo interesse comum. Há que resistir à tentação de olhar para o nosso ego, o nosso poder, a nossa próxima eleição”, advertiu.

 

Conhecido como professor Marcelo, o presidente reafirmou valores que andam fora de moda, como o respeito às minorias e aos direitos humanos. Ele condenou a tendência de “não aceitar os outros, rejeitar os outros, fazer de conta que o resto do mundo conta menos”.

 

“Somente aqueles que não conhecem a História, e portanto não se importam em repetir os erros do passado, minimizam o papel das Nações Unidas”, sentenciou.

 

Portugal disse estar fazendo a sua parte: participa de oito missões de paz, defende o Acordo de Paris e apoia o Pacto Global para Migração, torpedeado pelo Itamaraty da “nova era”. Elegante, o presidente só mencionou o Brasil para defender sua entrada no Conselho de Segurança da ONU — mais uma bandeira histórica que Jair Bolsonaro deixou de lado em Nova York.

 

Em tempos bicudos, é um alento ouvir as lições do professor Marcelo. Sem recorrer ao teleprompter, ele ocupou a tribuna por 16 minutos, metade do tempo usado pelo capitão. O discurso está no YouTube. Até Bolsonaro pode assisti-lo: o presidente falou em português”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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