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Meus amigos, vou ler como a guisa de comentário inicial do nosso programa de hoje um artigo de Edmar Oliveira que foi publicado no Blog do Edmar. O Edmar se autodefine como psiquiatra, blogueiro, aprendiz de escritor, leitor contumaz, comunista utópico e socialista desejante. Ele é um psiquiatra brilhante, está aposentado, e um crítico muito duro do governo Bolsonaro. Vou ler esse texto dele até porque é bastante engraçado, o Edmar é um sujeito que tem bastante bom humor. O título é “Um governo que não existe”. Começa então o texto do Edmar:
“Se tem uma coisa que eu não aguento mais são teses de esquerda tentando explicar o governo Bolsonaro. Já tive as minhas também, mas a realidade me fez abandoná-las. E não tenho paciência para ler mais explicações mirabolantes de algum plano desse governo desastrado.
Se plano houve foi o de ganhar as eleições com os “fake News”, manada evangélica, rejeição anti-petista, conservadorismo exacerbado, classe média com medo de ser confundida com pobre. Ou então o caldeirão onde se cozinhou tudo isso junto com o ódio do reacionarismo que achou nas teses de um capitão de milícias o veículo para sair do armário. Ou então nem nenhum plano houve, apenas a conjuntura de insatisfação que alimenta o fascismo com uma mamadeira de piroca e Jesus trepado num pé de goiaba.
Acontece que o fascismo tupiniquim também é fake. O capitão Messias não consegue interpretar o papel que elegeram pra ele. Não tem um traço sequer da inteligência do cabo que na prisão elaborou um plano de luta dele. O nosso capitão sempre foi um político menor, do baixo clero, adepto de pequenos golpes para aumentar o patrimônio pessoal e familiar, com ligações perigosas com milicianos que agem nas sombras, extorquindo pobres de comunidades carentes, protegidos pelo Estado que deveria combatê-los.
O capitão Messias é de uma indigência mental de dar dó. Consegue complicar o impossível. Perto dele aquele menino do César Maia que tem problemas é um gênio. Complicando mais ainda a situação, o capitão é assessorado por três patetas, que são seus filhos Flavinho, Carlinhos e Eduardinho. Um se atrapalha com as milícias, o outro complica os twitters do pai e ainda um outro, que aprendeu inglês e acha que é americano, usa o chapéu do Mickey e atrapalha o pai com o Trump e tudo. O tuiteiro assume o lugar do Mourão quando o pai viaja e a miss América toma o lugar de um chanceler enlouquecido pelas teses de Olavo de Carvalho.
Mas se o capitão não tem o menor traço de inteligência para assumir o papel que elegeram pra ele, a equipe governista não fica atrás. O chanceler maluquinho já botou a perder relações internacionais com meio mundo; um colombiano, também olavista, pelas cagadas que já fez na educação, parece não ter a menor competência para um cargo que junta educação e cultura. Tem a Damares seu pé de goiaba e sua beleza deslumbrante, as feministas são feias por isso não gostam de homem. A Menina Veneno, uma música antiga no agronegócio liberou os agrotóxicos com aplausos do ministro inimigo do meio ambiente. Daqui a pouco ninguém compra carne, nem soja, nem milho de um país contaminado. Tem ainda um ministro da saúde, que junto ao do “desenvolvimento” social, prometem a volta dos hospícios, do eletrochoque e da prisão para usuários de drogas. Nós, que tínhamos o melhor programa na área da saúde mental somos ameaçados pela besta da idade média.
É um governo, todo ele, de imbecis. Até o Guedes, o cara que a elite colocou para fazer as reformas para favorecer mais ainda a acumulação do capital, não fica atrás. O que dizer de um ministro da economia que chega nas Américas e diz “o presidente adora os americanos, como eu. Adora coca-cola, Disney, Jeans”. Inacreditável, mas foi assim. E subserviência assim não deve fazer bem para os tostões no bolso dos nossos especuladores. Quem muito se abaixa o rabo aparece…
E ainda tem o Moro. O idiota que trocou o papel de justiceiro por bobo da corte. E, de lambuja, fica trocando de mal com o menino do César Maia, aquele que tem problemas, mas ficou muito esperto com esse governo trapalhão.
Que esse governo – até ser detido – fará um grande estrago, não se duvide. Não por qualquer ação, mas exatamente por falta delas.
A esquerda, que acha que tem um plano mirabolante da extrema direita em curso, é quem não tem plano nenhum para enfrentar essa ausência de poder. Temos um governo de extrema burrice!”.
Ouça o comentário de Cid Benjamin: