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Ao contrário do que eu citei algumas vezes na última semana, o presidente Jair Bolsonaro completou mil dias no cargo máximo da República ontem, domingo (26), e não hoje, mas o que não muda é a análise a respeito desses quase dois anos e nove meses de gestão do ex-capitão.
Nesse pouco tempo que me restou para o editorial, eu gostaria de citar apenas alguns números que representam a tragédia que é essa gestão. São 14,4 milhões de brasileiros desempregados nesse momento, há 19,1 milhões de pessoas passando fome no país, algo que é justificado pelo aumento do valor da cesta básica, que subiu 34% apenas nos últimos 12 meses em algumas cidades, tudo isso combinado ao empobrecimento da população brasileira.
E não poderia ser diferente em um governo que prefere armar a população a colocar feijão no prato dos brasileiros, como disse Bolsonaro meses atrás. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontou 186.071 novos registros de armas de fogo na Polícia Federal no ano passado, quase o dobro do que tivemos em 2019.
Já o preço da gasolina, a mais de R$ 7 o litro nos postos, por conta dessa política de preços irresponsável adotada pela direção bolsonarista da Petrobras, é outro agravante para a disparada da inflação, que já passa dos 10% nos últimos 12 meses, com o maior índice desde o estabelecimento do plano real para o mês de setembro, de acordo com a prévia do IBGE.
No nosso meio ambiente, o cenário é ainda pior. O aumento do desmatamento dos nossos biomas é o maior em muitos anos, o avanço da sanha dos grandes proprietários de terra, dos madeireiros, dos garimpeiros ameaça os nossos povos originários, que agora precisam lutar para garantir seu direito à terra que ocupam nessa discussão do marco temporal, no Supremo Tribunal Federal, sem falar nas invasões desses exploradores aos seus territórios já demarcados.
Isso porque eu ainda nem citei as quase 600 mil mortes provocadas pelo negacionismo de Jair Bolsonaro à pandemia de Covid-19. Negacionismo potencializado pelos escândalos de corrupção no governo, que atuou para beneficiar empresas privadas que queriam vender vacinas contra o coronavírus que não existiam ou que defendiam tratamentos precoces ineficazes à doença apenas para vender remédio ou assistência médica para aqueles que sofreriam os efeitos colaterais dessas drogas sem qualquer indicação das autoridades de saúde no mundo.
Crise de saúde, econômica, energética, crise hídrica. Se as crises se acumulam, o ex-capitão afundou ainda mais a imagem do Brasil no buraco, nesse processo que se estabeleceu desde o golpe na presidenta Dilma Rousseff, passamos a pária internacional. Sem contar os anseios golpistas desse sujeito que representa a extrema-direita como ninguém antes desde os anos de chumbo da ditadura no nosso país. Retrocesso é a palavra que representa esse período que o Brasil atravessa. Mil dias de tristeza, mas que não podem se transformar em passividade. Precisamos unir forças para ultrapassarmos esse período nefasto na nossa história, e o próximo sábado, dia 2, pode ser o momento da virada. É dia de irmos às ruas gritar pelo fora Bolsonaro e Mourão, exigir direitos e, principalmente, recuperar a esperança de dias melhores.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: