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Nada como um dia após outro. Se a terça-feira foi repleta de sorrisos para Jair Bolsonaro com a deflagração da operação da Polícia Federal contra seu desafeto político, o governador do Rio Wilson Witzel, ontem o ex-capitão do Exército teve novos motivos para preocupações.
Por ordem do Supremo Tribunal Federal, a PF realizou buscas e apreensões contra aliados do presidente no inquérito que apura a produção de notícias falsas, as famosas fake news, contra ministros da Suprema Corte. Entre os alvos estão as deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis, ambas do PSL, o ex-deputado e presidente do PTB Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, além de outros influenciadores digitais que têm ligações com o chamado gabinete do ódio liderado pelo filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro.
Além das incursões em endereços dos investigados, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a quebra dos sigilos fiscais e bancários de alguns dos envolvidos, bem como o bloqueio dos seus perfis na internet. Em sua decisão, o magistrado argumentou que “garantias individuais que não podem ser utilizadas como um verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas” e que “em caráter de absoluta excepcionalidade, é possível o afastamento dos sigilos bancários e fiscais dos investigados, pois existentes fundados elementos de suspeita que se apoiem em indícios idôneos, reveladores de possível autoria de prática delituosa por parte daquele que sofre a investigação”.
A medida do STF acendeu o sinal de alerta no Palácio do Planalto. Confirmando a cada dia a proximidade com o presidente, o Procurador-Geral da República Augusto Aras questionou a ação da Suprema Corte e pediu a suspenção da tramitação do inquérito, pois ele não teria tido participação ou anuência prévia do Ministério Público.
Todos nós sabemos muito bem porque os bolsonaristas se preocupam com esse tipo de investigação. É notório que essa verdadeira fábrica de produção e disseminação de notícias falsas contra adversários políticos do ex-capitão do Exército, financiada com dinheiro de empresários, foi a principal responsável pela eleição de Bolsonaro em 2018 e segue alimentando esses grupos de extrema-direita vinculados ao ex-capitão.
O temor de Bolsonaro é que as investigações confirmem que o quartel general dessas milícias virtuais seja justamente o Palácio do Planalto. Esperamos que este inquérito chegue aos verdadeiros culpados e, mais do que isso, a descoberta dessas provas influencie os votos dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral, que devem julgar em aproximadamente um mês, conforme indicou o novo presidente do TSE Luís Roberto Barroso, a possível cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por denúncias anteriores de Marina Silva e Guilherme Boulos, ainda há época das eleições. O Brasil precisa se ver livre, o quanto antes, desses criminosos que se apossaram do Executivo federal e tentam instituir uma nova ditadura no país.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: