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Editorial – 30.07.2021

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Repercutiu ontem (29) de maneira muito intensa na esquerda uma declaração do ex-presidente Lula a respeito da discordância dele em se taxar grandes fortunas no país, pois os ricaços tirariam o seu dinheiro daqui. Uma das reações foi do jornalista Milton Temer, que publicou um texto a respeito do tema nas suas redes sociais, o qual eu passo à leitura agora. Diz o Milton:
Platitude desnecessária e premonitória da repetição da forma falida de conciliação com o grande capital. É o que Lula nos promete a valer o que tuitou, e a insuspeita Revista Fórum divulga,

 

‘Não adianta taxar grandes fortunas porque elas fogem’. Meu caro Luiz Inácio, dizer isso para depois complementar que o fundamental é estabelecer a progressividade ‘onde o que ganha mais paga mais, e o que ganha menos paga menos’ é pior do que placebo, vindo de quem veio.

 

Por que isso não foi executado em seus dois mandatos, nem foi sugerido que sua sucessora o implementasse. Passamos os 13 anos de lulopragmatismo sem ter nem a correção do Imposto de Renda de Pessoa Física na escala herdada do mandarinato neoliberal privatista de FHC, quanto mais reforma impondo progressividade. E as condições objetivas, importante lembrar, eram muito melhores do que as que serão herdadas pelo próximo mandatário.

 

Quem nos garante que ao menos isso poderíamos ter, agora, em um retorno onde as sequelas deixadas pelo ajuste iniciado com Joaquim Levy (que veio, porque o patrão, capo do Bradesco ora em convescotes frequentes com Bolsonaro, que vossa excelência havia sugerido a Dilma, não aceitou. Mandou um subalterno), e mantido pelos mequetrefes que vieram depois, principalmente em desindustrialização e desemprego??

 

Não é por serem taxados que os maganos das grandes fortunas se mandariam do País. Recursos financeiros, eles já os têm nos paraísos fiscais, pois evasão de divisas é prática rotineira desse segmento parasitário. Até seu “companheiro” Meirelles foi acusado de praticar, e terminou protegido em foro privilegiado, a bizarria de ver a presidência do Banco Central transformada em Ministério.

 

Mas há bens patrimoniais que não cabem em valises. E esses têm valor bastante para valerem uma nacionalização. Indo ao grão, o que se almeja com uma declaração como essa é apenas dizer aos do andar de cima que não se apoquentem.

 

Sem deixar de considerar uma melhoria no clima existencial e nas relações ditas institucionais que qualquer um que substituir o esquema militar-patronal-miliciano que nos assola não deixará de nos aportar, tudo continuará como dantes, no caso de sua vitória, no que diz respeito à macroeconomia. Com a mesma colher de chá assistencial para os do andar de baixo, como fator desmobilizador de protestos sociais”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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