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Como todos vocês sabem, as candidaturas para as eleições municipais no país estão autorizadas a fazer campanha desde o último domingo. No espaço editorial de hoje, eu gostaria de abordar duas questões relativas ao pleito marcado para novembro. Primeiro, eu quero citar os candidatos que foram inscritos pelos partidos para concorrerem à Prefeitura do Rio de Janeiro, que eu ainda não citei. São 14 os postulantes ao cargo aqui na capital do estado.
São eles a deputada federal Benedita da Silva (PT), a também deputada Clarissa Garotinho (Pros), o bancário e professor universitário Cyro Garcia (PSTU), o ex-presidente do Clube de Regatas do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello (Rede), o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (Democratas), o engenheiro e empresário Fred Luz (Novo), a ex-juíza Glória Heloiza (PSC), partido do governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, o estudante Henrique Simonard (PCO), o deputado federal Luiz Lima (PSL) e o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), com a candidatura sub-júdice, devido à inelegibilidade imposta pelo Tribunal Regional Eleitoral na última semana.
Também concorrem ao cargo máximo no Executivo carioca a deputada estadual Martha Rocha (PDT), o vereador Paulo Messina (MDB), que foi ex-secretário da Casa Civil na gestão de Crivella, mas se desentendeu com o prefeito e deixou cargo, a deputada estadual Renata Souza (PSOL) e a ativista social Suêd Haidar (PMB). O destaque é para a falta de unidade dos partidos da centro-esquerda, algo que nós sempre criticamos aqui no programa. As legendas acabaram lançando em sua maioria candidaturas individuais. São seis os postulantes ditos progressistas, o que certamente reforça a chance de não termos nenhum deles no segundo turno, ampliando o antagonismo entre Crivella e Paes, ainda que ambos estejam enrolados com a Justiça, e evidenciando a incapacidade tática e organizativa da nossa esquerda.
Já em São Paulo, nós temos uma denúncia a fazer, a respeito de uma tentativa de perseguição à candidatura do PSOL na capital paulista, que tem Guilherme Boulos como cabeça de chapa e Luiza Erundina como vice. Eu vou fazer a leitura da coluna do professor e doutor em História pela Universidade de São Paulo Valério Arcary, publicada no site Esquerda Online, para que vocês entendam o episódio. O título do texto é “Bolsonaro quer calar Boulos”:
“A campanha eleitoral começou com um escândalo. A mão da Polícia Federal fez a ameaça, mas é Bolsonaro quem está por trás da ordem. É um aviso, mas, ao mesmo tempo, um ultimato. É uma advertência, mas, ao mesmo tempo, uma chantagem. A intimação da Polícia Federal para que Guilherme Boulos preste esclarecimentos sobre declarações críticas a Bolsonaro é um ataque às liberdades democráticas. Não tem precedente desde o fim da ditadura. Trata-se de um claro abuso de poder.
É uma medida autoritária absurda e, também, rigorosamente, ilegal. Intimação é intimidação. A Polícia Federal não é, ou não deveria ser uma polícia política. Mas o controle pessoal da Polícia Federal por Bolsonaro não é uma surpresa. Limitar ou cercear a liberdade da oposição é um passo a mais nas ameaças bonapartistas de subversão em “câmara lenta” do regime democrático.
O alvo é a candidatura do PSOL, mas toda a esquerda está sendo atingida. Jilmar Tatto – que é candidato pelo PT – já se pronunciou. Todas as lideranças da esquerda devem, certamente, fazê-lo. Mas os liberais não podem se calar desta vez. Qualquer democrata com um mínimo de compromisso com as liberdades tem que se pronunciar.
O ataque a Boulos não vai calar a esquerda brasileira. Custe o que custar. Até o fim”.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: