Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

“Escolas de samba são instrumento de lavagem de dinheiro”, diz Acker

Compartilhe:

A terceira ‘virada de mesa’ consecutiva no carnaval do Rio de Janeiro, que manteve a Imperatriz Leopoldinense no grupo Especial dos desfiles do ano que vem, está cercada de mistério. Existe, inclusive, a suspeita de que as milícias estão envolvidas neste processo.

 

O jornalista Henrique Acker, acostumado com os temas que envolvem a cidade, lembrou que a folia das agremiações na Marquês de Sapucaí, historicamente ligada à contravenção, segue em terreno obscuro.

 

“Se há uma coisa que não tem transparência nesse país é essa história das escolas de samba. Elas se transformaram em um grande instrumento de lavagem de dinheiro. Você pode quantificar o salário de um carnavalesco, quanto vai gastar em um enredo? Tudo isso é uma porta aberta para a lavagem de dinheiro e sempre foi do jogo do bicho”, pontuou.

 

Em votação na última segunda-feira (03) na sede da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), oito agremiações decidiram pela permanência da Imperatriz, penúltima colocada nos desfiles desse ano, na elite do carnaval. A Império Serrano segue rebaixada.

 

Votaram a favor da manutenção da escola da Leopoldina: São Clemente, Paraíso do Tuiuti, Estácio de Sá (campeã da Série A), Grande Rio, União da Ilha, Salgueiro, Mocidade e Unidos da Tijuca. Já Mangueira, Beija-Flor, Portela, Viradouro e Vila Isabel defenderam o cumprimento do regulamento.

 

A decisão já teve dois efeitos práticos: o presidente da Liesa Jorge Castanheira pediu afastamento do cargo por não concordar com a situação imposta. Além disso, o Ministério Público do Rio cobra o pagamento de uma multa de R$ 750 mil definido em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com a Liga em caso de violação das regras estabelecidas antes dos desfiles.

 

Henrique Acker relatou que a falta de lisura no vínculo das agremiações no carnaval se dá até com a emissora que detém os direitos de transmissão do evento.

 

“A relação das escolas de samba com a Rede Globo também é nebulosa. Há um contrato milionário porque ela transmite ao vivo para mais de 100 países, e isso obviamente rende muito dinheiro. O carnaval é uma das grandes galinhas dos ovos de ouro da Rede Globo no período de início de ano e óbvio também que essa grana toda não é quantificada, são contratos que se mantêm em segredo porque são realizados com instituições privadas, gera essa facilidade da lavagem de dinheiro. Bicheiro não está em escola de samba para fazer benesses, tem algum motivo para isso, e uma das formas que encontraram de lavar dinheiro é esse tipo de atividade”, concluiu.

 

Ouça a entrevista de Henrique Acker na íntegra:

 

 

Entrevista em 06.06.2019

Deixe seu comentário:

Apoie o Faixa Livre:

Apoie o Faixa Livre:

Baixe nosso App

Baixe nosso App

Programas anteriores