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Por Fernando Siqueira*
A soberania nacional é uma das principais características de todas as nações independentes, as quais têm poder total sobre seus limites territoriais, suas riquezas, seus valores. Sendo, portanto, livres da influência ou subordinação a quaisquer outras nações.
Assim deveriam se comportar os dirigentes do Brasil para que ele se integrasse ao conjunto de nações ricas e desenvolvidas, mas infelizmente não é o que vem ocorrendo, e integramos o conjunto de países de segunda e terceira categorias. Mas o Brasil tem potencial a desenvolver?
Claro, o Brasil é o país mais rico e mais viável do planeta, senão vejamos: o Brasil detém um conjunto de riquezas naturais como nenhum outro país: temos minérios estratégicos – como o Nióbio, um dos mais importantes para a indústria metalúrgica, espacial e outras; temos minérios de ferro suficientes para os próximos 100 anos; temos a quarta reserva de petróleo do planeta; temos a maior reserva de água doce; a maior biodiversidade de todas as nações, além de uma grande incidência solar que nos oferece uma fonte inesgotável de energia: energia dos ventos, solar direta, biomassa e ainda a capacidade de cultivar produtos agrícolas por todo o ano. Somos um continente tropical, beneficiado por uma fonte gratuita.
Com a descoberta do pré-sal, esse potencial do País cresceu ainda mais, pois o petróleo é a fonte mais eficiente e estratégica de energia. Ele tem uma eficiência energética maior que todas as demais fontes: a média é de 60/1, ou seja, aplico uma unidade de energia e obtenho 60 unidades. O carvão, segundo colocado, tem uma eficiência de 9/1. A biomassa, de 3/1.
O petróleo elevou a Noruega, de segundo país mais pobre da Europa para a condição de país mais desenvolvido do mundo. A Nigéria, que descobriu mais petróleo que a Noruega, na mesma época tem um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do mundo. Qual é a diferença entre os dois? É que a Noruega criou uma estatal para explorar o seu petróleo em favor do seu povo. A Nigéria entregou o seu petróleo para um cartel. Esse exemplo mostra claramente como é importante o exercício de uma gestão soberana de uma nação. Ele também ilustra o porquê do Brasil, o país mais rico e viável do planeta, seguir na condição de subdesenvolvido.
Como um dos idealizadores do Faixa Livre, acompanhei de perto, ao longo destes 24 anos, o destaque aos assuntos de petróleo e a luta permanente do programa em defesa de nossa soberania, luta esta que deve seguir incessante.
* Fernando Siqueira é vice-diretor de Comunicação da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), colaboradora histórica do programa Faixa Livre