Por Milton Temer*

A LUTA PELA DEMOCRACIA, processo de desenvolvimento permanente, mesmo quando não haja ameaça de autoritarismo, atravessa momento difícil no Brasil de hoje.

SIM, PORQUE pela lógica liberal, submetida a pleitos eleitorais de tempos em tempos como simbologia de afirmação do poder do povo – mesmo que esse poder desapareça por absoluta falta de instrumentos de controle entre uma e outra eleição – determinou que os próximos quatro anos sejam entregues a uma equipe da qual pouco se pode falar, sobre compromisso com o controle social da coisa pública. Sabe-se apenas que, no núcleo do poder, tudo leva a crer que a hierarquia dos quartéis vai ser determinante na determinação das políticas públicas. Com tudo que isso traga de simbolismos pouco animadores.

NESSE CONTEXTO, o FAIXA LIVRE tem um papel fundamental a desempenhar. Em um ambiente hostil a quem se marca como porta-voz da maioria real da sociedade – a do povo trabalhado no seu embate diário contra os maganos do grande capital – vai ter que navegar em mares revoltos.

POR SEUS COMENTARISTAS; pela condução competente e enérgica de Paulo Passarinho, nas entrevistas e nos debates; esse programa marcou espaço irreversível na disputa democrática das duas últimas décadas. Disputa democrática onde nunca se discriminou alguém por sua leitura de fatos. Disputa democrática diferente da que se registra na mídia conservadora onde o pensamento único, de eixo favorável ao grande capital é a lógica das pautas.

NO FAIXA LIVRE, alinhados ou divergentes do apresentador e da produção do programa têm espaço a defenderem suas posições. Por isso, entendo que manter e defender o Faixa Livre é tarefa fundamental de quem luta por Democracia de fato no Brasil.

*Milton Temer é jornalista e comentarista histórico do programa Faixa Livre