Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Menu

“Bolsonaro queria Battisti como um troféu”, afirma Bernardo Kocher

A prisão do italiano Cesare Battisti na Bolívia, no último domingo, e sua consequente deportação para o país europeu, onde era procurado desde os anos 1990, de alguma frustrou os planos do governo brasileiro.

 

A avaliação é do professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF) Bernardo Kocher. Ele considera que Jair Bolsonaro aguardava a vinda de Battisti para o Brasil após a fuga com a recente decretação de sua prisão pelo Supremo Tribunal Federal.

 

“O presidente queria uma espécie de troféu de caça, ideológico, dentro da política dessas duas primeiras semanas de governo, que foi um verdadeiro caos. Queria mostrar à opinião pública internacional que tinha o Battisti, quando na verdade ele driblou a polícia brasileira e se asilou. O governo brasileiro queria ter o mérito, mas por falta de competência, ele foi encontrado na Bolívia e os italianos passaram por cima de qualquer situação e negociaram diretamente com os bolivianos”, comentou.

 

O fugitivo foi condenado à prisão perpétua na Itália sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos nos anos 1970, os quais nega alegando ser vítima de perseguição política. Ele ficou refugiado no Brasil por 14 anos, de onde se evadiu no final de dezembro passado após a decisão do ministro Luiz Fux, acompanhada da autorização de extradição do ex-presidente Michel Temer.

 

Bolsonaro se reuniu com o embaixador italiano no Brasil Antonio Bernardini logo após sua vitória nas urnas para discutir a situação de Battisti, à época beneficiado por uma resolução de Lula, que proibiu sua expulsão do país.

 

“É um fato ridículo da política externa brasileira, queria mostrar serviço prendendo o Battisti e, na realidade, o governo italiano estava preocupado mesmo em pegar essa figura que alegam ter cometido crimes. Há uma discussão internacional acirrada sobre o que se passou nas atitudes do Cesare Batisti”, ressaltou Kocher.

 

IMPASSE NOS ESTADOS UNIDOS

Enquanto isso, nos Estados Unidos, a paralisia parcial do governo, ocasionada por uma queda de braço entre o presidente Donald Trump e o Congresso, de maioria oposicionista, sobre a liberação de verbas para construção de um muro na fronteira com o México, chega ao seu 24º dia e já é a mais longa da história do país.

 

O chamado ‘shutdown’ coloca cerca de 800 mil trabalhadores em licença não remunerada até que haja um acordo sobre o orçamento, mas os Democratas se negam a liberar recursos para que o presidente cumpra a inusitada promessa de campanha. O professor Bernardo Kocher acredita que o impasse está próximo de ser solucionado.

 

“Trump fez uma chantagem e os Democratas estão como fiéis da balança. É muito difícil o Trump ceder antes, ele jogou o país em uma crise administrativa que beira a crise institucional. É uma forma de fazer política muito sórdida, não é a primeira vez que os Republicanos fazem isso, fizeram com Barack Obama, que precisava da aprovação do Congresso para expandir o déficit público e encontrou muita dificuldade. Creio que os Democratas vão ceder antes porque a sensibilidade social recai no lado democrata, os eleitores afetados são na sua maioria dos Democratas”, finalizou.

 

Entrevista em 14.01.2019

Deixe seu comentário:

Baixe nossos apps

Mural de Recados


Deixe seu recado

Para deixar seu recado preencha os campos abaixo:

Para:  
E-mail não será publicado
(mas é usado para o avatar)